14 fevereiro 2013

O movimento profético em louvor e adoração

 

Necessita-se de uma nova definição funcional do que se quer dizer ao falar de movimento profético na adoração
 

Capítulo traduzido do livro “Explorando a Adoração”, escrito pelo pastor Bob Sorge.
O MOVIMENTO PROFÉTICO EM LOUVOR E ADORAÇÃO
 
Pr. Bob Sorge
O louvor e a adoração são complementos naturais da função dos dons do Espírito    (I Co 12.4-11), em particular a profecia; ambos se relacionam com o ministério profético e tem interação com ele. Há uma variedade de modos mediante os quais o crente pode funcionar de maneira profética na adoração. Entretanto, a forma mais comum do ministério profético é a profecia oral. Algumas igrejas põem ênfase no uso dos cânticos proféticos. Neste capítulo se colocará a atenção nos aspectos musicais da profecia e seu papel e função na adoração congregacional. Ao descobrir o que é adoração profética e como se move na congregação, também se descobrirá toda nossa dimensão na relação da adoração do crente com Deus. Necessita-se de uma nova definição funcional do que se quer dizer ao falar de movimento profético na adoração. A seguinte declaração servirá como definição: mover-se profeticamente na adoração é mover-se com o conhecimento do desejo e a direção do Espírito momento a momento, disce ir a direção do Espírito, e dirigir o povo de Deus a uma participação mais completa nela. Quando um se move profeticamente na adoração, não tem que se levantar e dizer: “Assim diz o Senhor…” Essa é uma aplicação muito clara do manto profético. Neste sentido mais amplo, os líderes da congregação se propõem discernir o movimento do Espírito no meio do culto de adoração, e logo intentam ajudar o povo de Deus a preparar-se para receber tal influência. O diretor de adoração pode dar-se conta que algo está bloqueando os santos em certo culto, e logo pode perceber no Espírito o que tem que dizer (ou fazer) para corrigir o problema. Ao discernir a mente do Espírito, o diretor de adoração pode corrigir uma situação difícil, e esta é a essência do fluxo na unção profética. Qualquer líder eclesiástico sabe que se encontram muitas dificuldades pequenas nos cultos de adoração. Tais coisas assustam tanto a alguns líderes de adoração que chegam a renunciar a seus postos. O que o líder de adoração necessita, não obstante, é informar-se dos distintos obstáculos e problemas que podem estar ocorrendo. O Espírito pode ajudar a que o líder entenda o problema, e depois lhe dar sabedoria sobrenatural para tratá-lo, naturalmente algo que esteja na sua esfera de ação. Vale dizer que Deus quer que líderes, especialmente em música, funcionem sob uma unção profética; porém há que ampliar essa declaração ainda mais para dizer que Deus quer que todos os crentes participem da adoração profética.
 
 
A ADORAÇÃO PROFÉTICA
 
O que significa a adoração profética? Seu protótipo está em Gênesis quando o Senhor Deus descia ao jardim do Éden, ao cair da tarde, para comunicar-se com Adão e Eva (Gn 3.8-9). A adoração profética é sensivelmente caminhar e falar com o Senhor. Deus sempre tem ordenado que a adoração seja algo mais que um monólogo de crente que expressa seus sentimentos a Deus. A adoração é mais que só falar a Deus; também é Deus que fala ao crente. A adoração é um intercâmbio, um diálogo.Tem-se dito que a adoração é a linguagem do amor. Quando o crente adora, ele expressa seu amor a Deus; porém o amor deve fluir como meio de comunicação entre dois indivíduos. Deve haver um toma lá e dá cá; falar e escutar; a transmissão e a recepção. Ao expressar amor a minha esposa, não me estendo na explicação de meus sentimentos, nem ocupo conversando sobre as minhas opiniões, senão que dou oportunidade de responder para dê expressões as suas emoções. A adoração deve conter ambos elementos para que seja completa. Deve constar das expressões do crente a Deus, e também o crente deve escutar as respostas de Deus. Em muitos cultos de adoração se canta, se grita, louva, fala-se em línguas e também se expressa amor a Deus na adoração; porém o líder diz: “Podem sentar-se”. Não se dá oportunidade para Deus responder. Ele quer falar ao crente e expressar os seus sentimentos. Talvez não haja tempo para escutar a Deus porque há um pregador convidado para esse domingo, ou há dedicação de uma criança, ou a congregação se senta satisfeita por ter expressado as suas emoções, porém Deus não teve oportunidade de falar-lhe. Por não reconhecer a relação entre o louvor e adoração (a congregação fala) e a profecia (Deus fala), se perde um elemento muito importante da adoração.
 
O CASAMENTO BÍBLICO ENTRE A MÚSICA E A PROFECIA
 
Há um plano a disposição dos crentes no ministério musical do qual não desfrutariam os que crêem que o dom ou a unção proféticos já não é para o uso da igreja contemporânea. Não se diz isto para depreciar os cristãos que não crêem na plenitude do Espírito Santo manifesta, como se sabe, em falar em línguas, os dons do Espírito, e assim sucessivamente; porém a triste verdade é que aqueles bons irmãos, ao não crerem, deixam de alcançar um plano mais completo e bendito no louvor e adoração e, se não aceitam o papel da profecia na música e na adoração, nunca terão o gozo de participar nela. A Bíblia mostra a formosa relação que existe entre o papel da música na igreja e a função da profecia. Não se trata da música vocal apenas, senão da instrumental. Em I Cr 25.1 diz que Davi e os líderes de Israel separaram certos músicos levitas especialmente “para o ministério… para profetizarem com harpas, saltérios e címbalos”. O versículo 3 menciona alguns levitas, e diz que eram os “que profetizavam com harpa, para aclamar e louvar a Jehová”. Há duas maneiras de interpretar esses versículos. Poderia-se dizer que os levitas profetizavam enquanto tocavam instrumentos musicais; ou tocavam os instrumentos sob a influência profética (manto profético).Saul teve uma experiência assombrosa quando Samuel o ungiu por rei sobre Israel. Depois de ungi-lo, Samuel lhe profetizou coisas que ocorreriam aquele dia, para que estivesse seguro do chamado do Senhor (I Sm 10.5-6). Os versículos seguintes dizem que isso foi exatamente o que passou. Imagine o leitor essa cena: de um lugar alto descia um grupo de músicos que tocavam seus instrumentos, com um grupo de profetas que cantavam e profetizavam ao caminhar. Nesse tempo, quem sabe, um tomou a lira e tocou uma melodia. Então o Espírito de Deus veio sobre um profeta, que profetizou e louvou o Nome do Senhor. Enquanto os músicos tocavam, se manifestou a profecia e Saul participou nela.O profeta Eliseu também reconhecia a relação íntima que existe entre a música e a profecia. Uma vez esteve em uma situação em que se esperava que profetizasse, porém não o quis. Deveria comparecer ante os reis de Israel e Judá, que haviam unido forças contra Moabe. Jorão, o rei mau de Israel, estava de um lado, e Josafá, o rei piedoso de Judá, estava no lado oposto. Antes de atacar a Moabe, Josafá lhe perguntou a Jorão se havia um profeta em Israel que tivessem uma mensagem de Deus. E Jorão mandou chamar a Eliseu. Eliseu chegou cheio de indignação justa e disse ao rei de Israel: “Vive Jeová dos exércitos, em cuja presença estou que se não tivesse respeito ao rosto de Josafá, rei de Judá, não te olharia, nem te veria” (II Rs 3.14). Estava irado. O ímpio Jorão não lhe era nem um pouquinho agradável, e não vacilou em dizê-lo. Seu espírito estava agitado, e lhe pediram para profetizar. Disse: “Trazei-me um músico. E enquanto o músico tocava, a mão do Senhor veio sobre Eliseu, que disse…” (vv 15-16). É muito difícil profetizar quando se está com o espírito ou a alma perturbada. Eliseu sabia acalmar seu espírito. Pediu um músico, e enquanto o músico tocava a harpa, seu espírito se acalmou, e sentiu que o Espírito de Deus se agitava em seu coração, e o ministério profético fluía. A música pode abrir o fluxo profético ao acalmar o coração para que o crente seja mais receptivo ao Espírito de Deus.O músico pode funcionar de modo profético também. Ao tocar com sensibilidade no Espírito, o músico pode fazer mais em poucos minutos para que o coração do crente se abra ao Senhor, do que poderia conseguir em horas de pregação. Um cântico profético e ungido que se toca em um instrumento pode acrescentar muito à qualidade de um culto de adoração.
 
O CANTO DO SENHOR
 
A Bíblia diz que o Senhor se une na congregação no canto (Sf 3.17). Quando a igreja canta louvores a Deus, Ele responde com cânticos também. O Salmo 22.22 diz: “Anunciarei o teu Nome a meus irmãos; no meio da congregação te louvarei”. É um salmo messiânico que fala muito do Senhor Jesus. E autor de Hebreus também esclareceu que Jesus era o que falava nesta passagem (Hb 2.12). Quer dizer, quando a congregação louva ao Senhor, Jesus a acompanha ao cantar louvores ao Pai. O Pai canta com os santos, e o Filho canta no meio da congregação. Esse é o canto do Senhor. O cântico do Senhor se usa amplamente para referir-se ao canto profético, ou melhor, a expressão profética cantada ao Senhor ou aos crentes (II Cr 29.27). O que era este cântico de Jeová? Era um cântico profético ou uma expressão espontânea sob a unção do Espírito de Deus? O Salmo 137.1-4 dá mais informações acerca da expressão: “Juntos aos rios de Babilônia, ali nos sentávamos, e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Sobre os salgueiros pendurávamos as nossas harpas. Os que nos haviam levado cativos nos pediam que cantássemos, e os que nos haviam desolado nos pediam alegria, dizendo: Canta-nos alguns dos cânticos de Sião. Como cantaremos cântico de Jeová em terra estranha”. Esse cântico de Jeová é também os cânticos de Sião. Eram os cantos de louvor e adoração favoritos da época. Como se sabia que esses cantos de Sião eram formosos e deleitáveis, era de se esperar que os Babilônios, que haviam aprisionado a Israel, desejassem ouvi-los e exigiram que fossem cantados. Se a expressão cântico de Jeová não se aplica ao canto profético na Bíblia, então, se deveria evitar? Não necessariamente, porém opino que a questão não é clara. Com freqüência se chama a um canto profético canto do Senhor, quando é somente o canto de um homem. Que termo, então, descreve melhor o canto profético? Pois bem, a expressão canto profético é apropriada, porém o apóstolo Paulo os chama cânticos espirituais, termo do qual falaremos mais tarde. A adoração profética pode tomar uma forma muito formosa quando o cantor, sob a unção profética do Espírito, canta o cântico de Jeová ou a canção profética, de modo que todos os santos podem escutar e participar na canção que Jesus canta entre o Seu povo. As profecias orais são muito boas e significativas, porém as cantadas podem ser mais ainda, sensivelmente porque o canto é mais agradável ao ouvido que a palavra falada. Ambas as formas cumprem o seu fim, porém uma mais elevada que a outra. Por isso, se alguém tem uma mensagem profética para a congregação no meio do culto de adoração, talvez queira cantá-la aos santos.“Então o rei Ezequias e os príncipes disseram aos levitas que louvassem ao Senhor com as palavras de Davi e de Asafe, o vidente; e eles louvaram com grande alegria; e se inclinaram e adoraram” II Cr 29.30.A Asafe se lhe chama aqui de vidente. Asafe era o músico principal nos tempos de Davi; era o diretor de música. Também era vidente. Tinha uma definida unção profética sobre o seu ministério de música. O Senhor quer que os diretores de música sagrada tenham a unção profética. Muitas igrejas têm músicos capazes que não sabem nada do que é mover-se na unção do Espírito. Para ser diretor de música se deve manifestar algo mais que a capacidade musical; também tem que se desprender, deixar de depender da capacidade humana, para fluir profeticamente com o mover do Espírito na congregação. Um passo a mais. Se Deus tem chamado alguém ao ministério da música, se essa pessoa sabe que Deus a tem chamado para ser cantor, líder de adoração ou músico, sugiro que Deus quer que essa pessoa funcione profeticamente. Ele não chamaria a ninguém ao ministério da música sem equipá-lo também para desempenhá-lo.

SALMOS, HINOS E CÂNTICOS ESPIRITUAIS.
 

O apóstolo Paulo se referiu a um elemento de adoração profética quando mencionou salmos, hinos e cânticos espirituais (Ef 5.19; Cl 3.16). Tem havido uma diferença considerável de opiniões acerca do que o apóstolo Paulo quis dizer quando usou tais palavras. As seguintes definições merecem um estudo cuidadoso. Não há dúvida de que quando o apóstolo falou de salmos se referia aos cantos das

Escrituras. Os Salmos compreendiam a maioria dos hinos da Igreja Primitiva. Estou seguro de que também se usavam partes de outros livros, como Isaías, ou o Pentateuco. Hoje em dia se cantam salmos, ou seja, as Escrituras com tons contemporâneos. O hino, palavra usada pelo apóstolo Paulo, não é nada mais que um canto de composição humana. A letra não se copia das Escrituras, senão se compõe na mente do poeta, e depois se põe música que a embeleze. Segundo esta definição, a maioria dos cânticos dos hinários cai na categoria de hino dado pelo apóstolo Paulo. Também há muitos corinhos que se cantam na atualidade que podem estar na categoria de hinos. Não são hinos no sentido de formar parte dos hinários, porém são cânticos curtos de louvor e adoração, compostos por um indivíduo sob a unção criadora do Espírito Santo. Como tais, também se podem chamar hinos. A razão para mencionar os corinhos é que há pessoas que sugerem que são na

realidade cânticos espirituais. Ao dizer isso, tais pessoais passam completamente por cima da beleza e essência verdadeira dos cânticos espirituais. Outra razão para pôr ênfase neste ponto é que alguns crentes sinceros têm usado este versículo do apóstolo Paulo para defender o uso de hinários na igreja, porém o apóstolo Paulo não falava de hinários modernos. O hino que conhecemos hoje em dia é uma forma artística que surgiu dentro dos últimos séculos; os hinos, nesse sentido, não existiam na época da Igreja Primitiva. Por isso, as Escrituras não dão uma sanção sagrada aos antigos hinos da Igreja. Não há nada sagrado em si na forma de hino que se conhece agora. Não estou contra os hinários, senão do uso de Ef 5.19 como premissa bíblica para manter os hinários nas igrejas.Como o apóstolo não se referia aos hinários que muitas igrejas tem usado nesses anos recentes, se deveria então cantar os hinos que são tão conhecidos e amados? Claro que sim, porém a razão para isto deve ser diferente de: “A Bíblia disse que se cantem hinos a Deus”. Algumas igrejas carismáticas contemporâneas têm eliminado de tudo o uso dos hinários, sem violar a recomendação do apóstolo Paulo. Os cânticos espirituais são sensivelmente canto do espírito, ou seja, canções espontâneas que o espírito do homem eleva ao Senhor. Às vezes se expressa na língua nativa, e outras vezes em língua desconhecida. Em geral, não são premeditadas nem estudadas, senão oferecidas de modo espontâneo a Deus. A beleza dos cânticos espirituais está na sua individualidade. Todo adorador pode cantar seu cântico único ao Senhor; é uma oferta que agrada muito a Deus porque é a expressão genuína de cada indivíduo. Muitas igrejas permitem o canto de salmos e hinos, porém relativamente poucas, os cânticos espirituais. Contudo, este tipo de canto espontâneo pode ser uma das expressões mais satisfatórias de louvor e adoração que se dá ao Senhor. Com os cânticos espirituais, o crente pode passar com mais facilidade aos planos de adoração profética. Outra maneira formosa de cantar os cânticos espirituais é quando o diretor de música escolhe a melodia de um corinho conhecido e, em vez de cantar as palavras que todo mundo sabe, ele diz a congregação que cante a mesma melodia, porém com palavras escolhidas por cada um que queira louvar e dar graças ao Senhor. Assim se pode cumprir a ordem bíblica de cantar um cântico novo ao Senhor, e nem sequer há que aprender uma composição nova. Uma vez fui a uma reunião de oração em um lar e me foi confiada a tarefa de dirigir a adoração. Durante a preparação para a adoração, não podia pensar em nenhum canto que quisesse cantar. Repassei toda a lista e nada me chamava atenção. Então decidi que não cantaria nenhuma canção. Pois bem, com a melodia do corinho “Aleluia”, nós cantamos nossos próprios versos ao Senhor. Todos podíamos elevar a voz com uma expressão significativa de amor e agradecimento ao Senhor, e não tivemos que aprender uma composição nova para consegui-lo. Havia uma liberdade formosa no grupo essa noite, e aprendi uma lição valiosa: não temos que cantar cânticos conhecidos para adorar. Também podemos cantar cânticos espirituais. Outra forma musical que tem ganhado popularidade mais recentemente é o canto de cânticos espirituais com certas seqüências de acordes. Esta técnica musical pode ser em si uma forma de arte difícil de dominar.
NÍVEIS DE CÂNTICOS ESPIRITUAIS.
 
Em geral, há dois níveis de cânticos espirituais. No primeiro se canta de maneira espontânea ao Senhor para o deleite exclusivo dEle e do crente. No segundo, o cântico espiritual é para benefício e edificação de toda congregação; então, os cânticos espirituais podem tomar pelo menos quatro formas.
 
1. No sentido mais amplo, se pode cantar um cântico espiritual que não seja mais que um louvor sensível ao Senhor que se expresse aos ouvidos da congregação. Esse tipo de cântico espiritual não requer que o cantor tenha uma grande unção profética. Talvez uma pessoa transborde de agradecimentos ao Senhor por Sua bondade, e sinta que o canto de ações de graças seriam uma bênção e inspiração para todo o grupo. Então canta um cântico novo e espontâneo de agradecimento ao Senhor aos ouvidos da congregação, quem sabe com o microfone. (Os líderes da cada igreja decidem acerca do uso de microfones para o canto público). Depois de que se cante, a congregação pode julgar se tal expressão é apropriada. Se o nível geral da adoração e louvor aumenta devido a esse cântico espiritual espontâneo, então há segurança de que se fez em Espírito. Se ocorrer o oposto, temos que aprender com os erros e tratar de melhorar a qualidade e o conteúdo dos cânticos espirituais.
 
2. A expressão mais precisa de um cântico espiritual seria o chamado o cântico de Jeová. Neste tipo de expressão, o cantor percebe de modo profético o canto do esposo para a Sua desposada e o apresenta a congregação. Muitas vezes se canta na primeira pessoa do singular. Por exemplo: “Povo meu, me glorio em teus louvores”. Assim o Senhor fala a Sua igreja por meio de um vaso humano que comunica uma percepção profética.
 
3. Outro tipo de cântico espiritual é muito semelhante a profecia falada, só que é cantada. Como expressão profética, devem conformar-se as normas de I Co 14.3, quer dizer, que deve edificar, exortar ou consolar o povo de Deus. O cantor dá uma mensagem profética de exortação ou consolo do Senhor para o povo.
 
4. Por último, o cântico espiritual poderia ser um reflexo de um canto celestial. Por introspecção profética, uma pessoa poderia cantar na congregação um canto que nesse momento se canta no céu ao redor do trono de Deus.Requer-se um esforço para manter o equilíbrio entre os salmos, os hinos e os cânticos espirituais. Quando há desequilíbrio em alguma parte, rápido se desenvolve uma rotina característica. Há pastores que, para manter o canto de hinos, eles pedem ao diretor de adoração que cante pelo menos um cântico do hinário em cada culto. Podem incluir hinos no repertório da igreja ainda que não se tenham hinários.Na busca do equilíbrio entre os salmos, os hinos e os cânticos espirituais, a maioria das igrejas tende a descuidar da última categoria, provavelmente porque os cânticos espirituais requerem muita iniciativa individual. Muitas pessoas são introvertidas quando se trata de expressar-se diante de Deus em companhia de outros crentes. Tem que se treinar (instruir) a congregação para que responda ao Senhor, sem que ela fique dependente do líder de adoração.
 
ISTO É PARA TODO MUNDO
 
Ao ler estas linhas, em particular o relacionado com os cânticos espirituais, alguém talvez pensaria: “Nunca poderia fazer isso, porque não tenho essa classe de unção profética em minha vida”. Há um espírito de profecia sobre todos os santos de Deus, se o reconhecem e o aceitam. Em Ap 19.10 diz: “O testemunho de Jesus é o espírito da profecia”. Isto sugere duas coisas: ao testificar de Jesus, o espírito profético se pousa sobre o crente e, ao profetizar, o crente deve testificar de Jesus.Além disso, a Bíblia demonstra que Deus deseja que todo seu povo funcione (se mova) de modo profético. O gérmen dessa idéia ocorreu no princípio da história da nação de Israel quando seus anciãos foram a um lugar separado, com Moisés e Josué, a buscar ao Senhor (Nm 11). Quando o Espírito de Deus veio sobre aqueles setenta anciãos, todos profetizavam. Dois anciãos, que tinha outros compromissos, e não puderam estar com os demais, sobre eles veio o Espírito também enquanto estavam no acampamento, e profetizavam. Alguém correu e levou esta informação a Moisés, e Josué disse: “Meu senhor Moisés, impeça-os”. Observe a reação de Moisés: “Tens tu ciúmes por mim? Quem me dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor pusesse o Seu Espírito sobre eles” (Nm 11.28-29). É bem possível que Joel tivesse pensado nessa oração de Moisés quando profetizou o derramamento do Espírito “sobre todo a ca e” (Jl 2.28). O desejo de Moisés se to ou em realidade nesta época do Espírito Santo, pois desde o dia de Pentecostes (At 2), Deus tem colocado Seu Espírito de maneira indiscriminada sobre todos os povos e nações. Quando eu começava a entender o papel da profecia na adoração, queria que o Senhor me usasse de maneira profética, porém não estava seguro de que essa fosse a Sua vontade. Perguntei-Lhe: “Verdadeiramente queres me usar de maneira profética? Eu não havia funcionado assim antes, nem havia tido a experiência em que alguém me impusesse as mãos para repartir o dom de profecia. Não havia ouvido uma voz do céu, nem havia corrido um friozinho na coluna vertebral. Então, como saberia? O Senhor me chamou a atenção aos versículos considerados antes (I Cr 25.1,3; I Sm 10.5-6; II Rs 3.15-16; II Cr 29.30), e me dei conta de que como o Senhor me havia chamado ao ministério da música e me havia ungido para dirigir adoração, também queria que tivesse um manto profético sobre a minha vida e ministério. O que faltava fazer era por em prática. Assim o fiz. Movi-me com a unção profética e, em seguida, descobri que outros a confirmavam como verdadeira.
 
O PASSO DA FÉ
 
Um princípio falado em Romanos 12.6 de muita importância para desatar a unção profética na vida: “Se o dom de alguém é o de profecia, que se use em proporção com sua fé”. Pela fé se abre o dom profético. A primeira vez que alguém se atreve a mover-se de modo profético, necessita uma fé abundante. Se o crente não está preparado para exercer sua fé assim, Deus nunca o usará no plano profético. Espera-se um raio do céu ou até que a mensagem profética lhe queime o coração de modo que não possa reter o que se deve proclamar, a espera será longa. Quando o crente sabe que Deus deseja que profetize, deve abrir esse fluxo com o passo da fé.Tem que se preparar para enfrentar as conseqüências. Ao entrar no plano do profético pela primeira vez, o crente poderia receber uma repreensão ou correção do pastor; porém se espera que, com o tempo, possa apresentar uma mensagem profética .
 
Capítulo traduzido do livro “Explorando a Adoração”, pastor Bob Sorge.

 

 

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