27 fevereiro 2013

"A ORIGEM DE SATANÁS" - TEÓLOGOS FARISEUS, ACREDITEM SE QUISER!

                                     
 

Abra qualquer número de obras de referência bíblica usadas comumente e olhe para o verbete "Satanás". Você encontrará, provavelmente, uma história familiar. Eu cito, como típico, o Complete Bible Handbook (Manual Completo da Bíblia), de L. O. Richards:

"O Velho Testamento indica que Satanás foi criado por Deus como um anjo governante chamado Lúcifer, com grandes poderes. Mas o orgulho levou Lúcifer a se rebelar contra Deus (conforme Isaías 14:12-14; Ezequiel 28:12-15). Torcido agora pelo pecado, Lúcifer é transformado em Satanás, que quer dizer `inimigo´ ou `adversário´ ...Satanás é um poderoso anjo decaído, intensamente hostil a Deus e antagonista do povo de Deus." (páginas 245, 801).

Pergunte à maioria das pessoas que crêem na Bíblia de onde veio Satanás e nove entre dez lhe darão uma versão da história citada acima. A idéia de que Satanás é um anjo decaído a quem Deus expulsou do céu e que caiu na terra é tão espalhada que muitas pessoas acreditam que a Bíblia a ensina.

Pode surpreendê-lo descobrir que a Bíblia não ensina tal coisa. É certo que há passagens na Bíblia que falam de seres caindo do céu, mas não são sobre Satanás e usam linguagem figurativa. Somente por uma leitura descuidada destes textos pode alguém chegar à história popular relativa à origem de Satanás. Examinemos as passagens bíblicas relevantes, no contexto.


Quem é Satanás?



 
O nome "Satanás" é uma transliteração do hebraico satan, indicando um acusador no sentido legal, um queixoso que tem uma acusação a apresentar. Em Zacarias 3:1 lemos "Deus me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do Anjo do SENHOR, e Satanás estava à mão direita dele, para se lhe opor." Numa palavra, Satanás se opõe a nós, trabalha contra nós, ou "nos persegue", na tentativa de nos derrotar espiritual e moralmente. Jesus chamou-o homicida e mentiroso, em João 8:44. Em Apocalipse 12:9, João retrata Satanás como um grande dragão, uma representação que ressalta sua terrível natureza. Esse mesmo versículo identifica-o como a serpente (uma referência a Gênesis 3) e como o diabo, que é outro nome bíblico comum para ele. Talvez 1 Pedro 5:8 nos diga o que mais precisamos saber a respeito dele: "O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar".A ênfase bíblica está no que Satanás é em relação conosco (um inimigo). Algumas pessoas, contudo, pensam que certos textos bíblicos vão mais além e nos dizem como Satanás veio a se tornar assim. Examinemos estes textos cuidadosamente.


Isaías 14:12-14


Esta passagem diz: "Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo." Você notará imediatamente que esta passagem não menciona Satanás por nenhum de seus nomes bíblicos comuns. Pode-se extrair deste texto uma teoria da origem de Satanás somente assumindo que esta passagem descreve-o, e ignorando o contexto desta passagem na mensagem de Isaías.

Isaías não estava discutindo Satanás em Isaías 14, nem a origem de Satanás de modo nenhum faz parte desta mensagem do profeta. Se dissermos que este texto é sobre a origem de Satanás, isso simplesmente torna sem sentido o contexto mais amplo. Isaías profetizou durante os reinados dos reis hebreus Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias (Isaías 1:1). Seu ministério abrangeu (aproximadamente) os anos 750 - 686 a.C., uns 65 anos, no máximo. Este foi um tempo quando o povo de Deus tinha se tornado corrompido pela idolatria. Deus enviou Isaías para pregar o arrependimento ao seu povo e para adverti-lo de que um fracasso em voltar-se da idolatria significaria desastre em escala nacional. Isaías pregou a ambos os reinos de Israel e Judá, cumprindo sua missão dizendo aos povos desses reinos que eles sofreriam terrivelmente se recusassem arrepender-se. Isaías 10:5-6 resume a mensagem ao reino do norte. Há linguagem semelhante (13:3-6) reservada para o reino do sul, o reino contra o qual Deus enviaria os babilônios.

A mensagem de Isaías não era completamente de desânimo e condenação. Os assírios e os babilônios, ele pregou, eram simplesmente instrumentos que Deus usaria para punir o seu povo. Uma vez que Deus tivesse usado essas nações para seus propósitos, Ele se voltaria e aplicaria seu julgamento sobre eles, pela impiedade deles próprios. É uma mensagem da soberania de Deus em ação que causa reverência e temor nos ouvintes. A Babilônia cairia, e depois disso Deus renovaria e reuniria seu povo e lhes daria uma gloriosa e nova existência. Isaías 14 é sobre a queda do império babilônico. Isaías diz aos habitantes do reino sulista de Judá que, depois que eles tivessem sofrido o castigo, viria o dia quando eles poderiam ver a queda de seu opressor e escarnecer de Babilônia do modo como esta tinha escarnecido de Judá. Veja os versículos 4 e seguintes. Isto é sobre Babilônia.

Ora, porque Isaías começaria o capítulo falando sobre a queda de Babilônia, interromperia com uma descrição da origem de Satanás, e então recomeçaria a falar sobre a queda de Babilônia? Simplesmente não faz qualquer sentido aqui no contexto ver 14:12-14 como sendo sobre a origem de Satanás. O fato é que Isaías estava descrevendo para povo de Judá o que eles estariam dizendo quando zombassem do rei de Babilônia que tinha sido rebaixado e decaído do poder (versículo 4). As mesas virariam, e Isaías está descrevendo a ironia de tudo isso. Até mesmo a leitura corrida da passagem revela que a linguagem aqui é poética e figurativa, e temos que tratá-la de acordo. "Céu" no versículo 12 é linguagem figurativa para o que é alto e exaltado, e Isaías está aqui descrevendo a alta consideração em que o rei de Babilônia era tido. O profeta descreve sua queda do poder figurativamente, como uma queda do céu. Então ele chama o rei de Babilônia, também usando linguagem figurada, a "estrela da manhã". Na sua glória, durante algm tempo, o soberano de Babilônia era como uma estrela brilhante no céu. Contudo, seu reinado e seu poder cairiam, e, mantendo as imagens, Isaías pinta sua extinção como uma estrela cadente.

Parte da incompreensão popular desta passagem resulta do aparecimento da palavra "Lúcifer" em algumas versões do versículo 12. A palavra hebraica em questão aqui é helel, que significa "estrela da manhã" e não tem nenhuma ligação com Satanás. "Lúcifer" é uma velha palavra latina que originalmente significava "portador da luz" e era o nome do planeta Vênus sempre que aparecia no céu matinal. Na época que esta palavra foi usada nas traduções deste versículo, "Lúcifer" não significava Satanás. Infelizmente, para muitas pessoas, hoje em dia, Lúcifer é o nome de Satanás (porque Isaías 14:12-14 é aceito como sendo sobre Satanás!). Não é porque os tradutores erraram, mas porque pessoas de tempos posteriores, ou esqueceram o que Lúcifer significava ou concluíram erradamente que era o nome de Satanás, ou ambos.

Isaías 14:13 recita a jactância arrogante do rei babilônico. Certa vez ele pensou que era o maior do mundo, que tinha poder e autoridade igual à do próprio Deus. Uma das características do retrato profético de Babilônia é seu grande orgulho. Contudo, Deus rebaixaria seu rei ao mais baixo nível imaginável para a mente hebraica: o Sheol, o reino dos mortos (versículo 15). Os versículos 9-11 descrevem como os habitantes do Sheol ficariam surpresos porque alguém que pensava ser tão "alto" estava agora entre eles, num lugar tão "baixo". O ponto é que o rei babilônico foi do extremo da exaltação mundana para a extrema humilhação, e isto era um feito de Deus, o julgamento de Deus. A coisa toda é um quadro, uma imagem, e não uma narrativa histórica literal. A ênfase está no contraste entre as condições do soberano babilônico "antes" e "depois". As pessoas, então, olhariam para o fracasso do rei babilônico e perguntariam: "É este o homem que fazia a terra tremer, que sacudia reinos, que fazia do mundo um deserto, derrubava suas cidades, que não permitia aos seus prisioneiros voltar para casa?" (versículos 16-17).

Você vê, então, que quando examinamos Isaías 14:12-14 em seu contexto, ele não nos diz nada sobre a origem de Satanás. É uma descrição figurativa da queda do rei de Babilônia.
Ezequiel 28:12-16
Outra suposta passagem sobre a origem de Satanás é Ezequiel 28:12-16, onde se lê:
"... Assim diz o SENHOR Deus: Tu és o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei profanado fora do monte de Deus, e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras."
A referência ao Éden é, para muitos, um indicador seguro de que esta passagem tem que ser sobre a origem de Satanás. Não importa que Satanás já fosse o inimigo do homem no Éden! Mas, novamente, é somente aceitando que esta passagem é sobre Satanás (a própria coisa que precisa ser provada) que podemos lê-la desse modo. O contexto aqui argumenta em outra direção.

As palavras de Ezequiel aqui dizem respeito ao rei de Tiro. Os versículos 1 e 11 tornam isto claro. O capítulo 27 é sobre a queda da nação, e o capítulo 28 é especialmente sobre a queda do rei dessa nação. Prestar um pouco de atenção ao contexto esclarece muito! Exatamente como na passagem de Isaías, tomar as palavras do profeta como descritivas de Satanás e sua "queda" é fazer deste capítulo um completo contra-senso.

Aqui a mensagem está em duas partes, mas cada uma delas apresenta a mesma mensagem. Os versículos 1-10 descrevem o rei de Tiro do ponto de vista de Deus. Como o rei de Babilônia, o rei de Tiro era orgulhoso, arrogante e jactancioso. Ele se achava divino, e assim declarava ter uma glória que não lhe pertencia (versículos 2,6,9). O profeta descreve sarcasticamente a grandeza do monarca nos versículos 3-5. Pela sua arrogância, o orgulhoso rei colherá o julgamento de Deus. O julgamento sobre ele é que Deus o abaterá (versículos 7-10). Os versículos 11-19 repetem esta mensagem. O retrato sarcástico que o profeta faz do rei reaparece nos versículos 12-16. O aumento no nível de imagens e figuras na linguagem aumenta o sarcasmo. O rei pensava de si mesmo em termos absolutamente altos, mas para Deus isto era pura loucura. A referência ao Éden no versículo 13 não é literal, mas significa que o rei imaginava-se privilegiado acima de todos os outros. Ele pensava que era especial, como querubim ungido de Deus ou como algém que vivesse na própria montanha de Deus (versículo 14). Ele se retratava nos termos mais gloriosos. Pela sua arrogância, Deus o julgaria severamente (versículos 16-19). Novamente, portanto, quando lemos esta passagem no seu contexto, vemos que não tem nada a ver com a origem de Satanás.


Lucas 10:18

Em Lucas 10:18, Jesus diz: "Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago." Aqueles que pensam que Satanás é um anjo rebelde decaído acreditam que este versículo estabelece o assunto convincentemente. Contudo, de novo, precisamos olhar para esta afirmação no seu contexto.
Em Lucas 10:1 e seguintes, Jesus tinha enviado setenta discípulos numa missão de pregação. Realmente, era mais do que apenas uma missão de pregação, pois Jesus também os enviou para curar e expulsar demônios (versículos 9,17). É importante entender exatamente o que estes setenta discípulos cumpriram e o que o próprio Jesus cumpriu em seu ministério. Enquanto Jesus estava nesta terra, ele guerreou contra o reino de Satanás. Antes que Jesus pudesse estabelecer seu reino (o reino de Deus), ele tinha que invadir o território do inimigo, vencê-lo e tornar o inimigo (Satanás) impotente e fraco. Isto ele fez pregando o evangelho e demonstrando visivelmente seu poder.

As curas miraculosas, e especialmente a expulsão de demônios, não eram atos casuais de bondade; elas eram em vez disso assaltos diretos sobre o reino de Satanás. Proclamando a "libertação dos cativos" no evangelho (veja Lucas 4:18), Jesus estava proclamando a derrota de Satanás e do pecado. Jesus veio libertar o homem do domínio de Satanás, um domínio esumido em pecado e morte.

É no contexto desta guerra espiritual que temos que entender os milagres associados com o ministério de Jesus e, mais tarde, dos apóstolos. Os milagres associados eram físicos, demonstrações visíveis, exemplos, ilustrações do que Jesus pode fazer pelos homens espiritualmente. Em nenhum lugar isto fica mais claro do que na expulsão de demônios. A possessão por demônios era uma manifestação óbvia do domínio de Satanás sobre pessoas. Que maior domínio sobre uma pessoa Satanás poderia ter do que invadir seu corpo, através de um demônio, e comandar seus atos? Quando Jesus expulsava demônios ele estava libertando pessoas da garra de Satanás, Ele estava destruindo o domínio do Maligno sobre elas. Era uma demonstração especialmente clara, ao nível físico, do poder do evangelho, e era uma ilustração de como Jesus podia libertar os homens do reino de Satanás e pô-los sob o reino de Deus.

O mesmo é verdade também quanto às curas milagrosas de Cristo. Doença e morte eram manifestações do poder de Satanás sobre o homem. Curando os doentes, Jesus estava livrando pessoas do poder de morte exercido por Satanás, assim vencendo-o. Observe o que Jesus disse sobre a mulher que tinha uma doença causada por um espírito em Lucas 13:16: "... esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos" não deveria ela ter sido libertada, no sábado? Jesus estava demonstrando, em suas curas milagrosas, seu poder sobre Satanás, seu poder para livrar os homens do domínio de Satanás. A cura era uma ilustração do que Jesus pode fazer por nós espiritualmente, através do seu evangelho. Assim, não é coincidência que Mateus ligue as atividades de pregar o evangelho e a cura dos doentes em Mateus 4:23: "Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda a sorte de doenças e enfermidades entre o povo." Estas duas atividades iam juntas muito naturalmente.

Quando os setenta discípulos retornaram, relataram seu grande sucesso a Jesus. regozijando porque "... os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!" (Lucas 10:17). Jesus os havia enviado como um exército para invadir o território de Satanás e guerrear. Sua campanha tinha tido um tremendo sucesso. Satanás sofreu uma derrota com cada demônio que eles expulsaram. Jesus respondeu com um reconhecimento: "Ele lhes disse: Eu via a Satanás caindo do céu como um relâmpago. Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano". (versículos 18-19). Observe a menção de Jesus a "... sobre todo o poder do inimigo". Satanás estava sendo derrotado no ministério de Jesus. Os setenta discípulos tinham compartilhado esse ministério, e isso culminaria na maior vitória sobre Satanás: a morte e a ressurreição de Cristo que decisivamente derrotaram o poder de Satanás de pecado e morte, respectivamente. Assim, quando Jesus diz: "... eu via a Satanás caindo do céu como um relâmpago", ele estava descrevendo quão grandemente seu ministério estava derrotando o poder de Satanás sobre os homens. O poder de Satanás não mais seria incontestável e absoluto. Em sua obra, Cristo estava destruíndo o aparentemente invencível poder do pecado e da morte. Em linguagem que relembra Isaías 14:12-14, Jesus compara o poder anterior de Satanás a uma estrela, e essa estrela agora caiu. Apocalipse 9:12 e Mateus 24:29 também usam a imagem de uma estrela cadente para descrever a derrota do poder.

Portanto, novamente, o texto que alegamente prova a origem do diabo não é sobre a origem de Satanás de modo nenhum. É somente introduzindo tal idéia no texto que ele pode prestar algum serviço a tal doutrina.


Apocalipse 12:7-9


Talvez a passagem mais popular quando se fala sobre a origem de Satanás seja esta, Apocalipse 12:7-9. Ela diz: "Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e os seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos".Quem quer que alguma vez tenha olhado para o Apocalipse de João sabe que nele abundam estranhos símbolos. É somente pela violência de tratar a linguagem simbólica literalmente, e por ignorar o contexto, que podemos tirar uma história da origem de Satanás deste texto.

Apocalipse 12 é uma descrição simbólica das circunstâncias espirituais que causaram e conduziram à perseguição que os leitores de João enfrentaram. João escreveu o Apocalipse para dar aos seus primeiros leitores uma visão de seu sofrimento, para vê-la num contexto mais amplo. Eles foram apanhados numa tremenda luta entre Deus e Satanás. O diabo estava tentando destruir a igreja, usando Roma como seu agente. João, assim, estava dando aos seus leitores uma perspectiva de sua situação que poderia ajudá-los a suportá-la. Como uma descrição simbólica e figurativa não devemos, certamente, lê-la literalmente, nem devemos tratá-la como alguma espécie de narrativa cronológica e histórica do que tinha acontecido.

Apocalipse 12 é admitida como uma passagem difícil, mas os estudantes que vêem o livro do ponto de vista de seu contexto histórico geralmente concordam que ele é sobre a vitória do povo de Deus e a derrota de seu inimigo, Satanás. A primeira parte do capítulo (versículos 1-6) apresenta diante de nós uma história de nascimento de uma criança do sexo masculino que se torna o dominador das nações. Esta imagem representa Cristo (a alusão ao Salmo messiânico, Salmo 2, em Apocalipse 12:5 confirma isto). Contudo, um grande dragão (Satanás) imediatamente desafia seu aparecimento. O aparecimento de Jesus desencadeia uma grande guerra espiritual (versículo 7). O domínio de Satanás sobre a situação humana tinha, até agora, ficado indisputado. Quando Cristo aparece, o poder de Satanás sobre o homem é efetivamente destruído, e Satanás sofre uma derrota esmagadora (versículo 9). A história básica que João apresenta aqui nos versículos 7 e seguintes é que Satanás perdeu sua tentativa de ganhar domínio sobre a humanidade. Ee e suas forças não são adversários para Deus e suas forças. Ele não pode derrotar Deus e seu Filho. Numa grande destruição, Satanás é lançado abaixo, simbolizando sua ruína.

Que Satanás tenha sido atirado à terra é, eu penso, significativo. É uma mudança na frente de batalha. Desde que Satanás não pôde derrotar Deus no reino espiritual, ele então volta sua atenção para o reino físico, onde ele espera ser vitorioso. É a mesma batalha pelo domínio espiritual sobre o homem, mas agora é uma batalha espiritual travada na terra. Agora, em vez de tentar destruir o Filho de Deus (tentativa que fracassou), ele tenta destruir o povo de Deus que vive na terra. Satanás inunda a terra com suas mentiras, enganos, tentações, etc., em seu esforço para destruir o povo de Deus, mas isto também fracassa (versículos 11,17).

Apocalipse 12:7-9 é sobre como Satanás recebeu uma derrota esmagadora pelo aparecimento e obra de Jesus. João escreveu isto para encorajar seus leitores que estavam sofrendo por causa do ataque de Satanás através de um poder mundial perverso, Roma. Eles poderiam suportar se soubessem que a vitória era deles. Conhecer a origem de Satanás não teria feito nada para encorajá-los a perseverar sob provações severas.





Então, donde veio Satanás?


Se nenhuma das passagens que são comumente citadas como relatos da origem de Satanás são realmente sobre sua origem, então donde ele veio? Bem, não estou certo de que a Bíblia revela a resposta para nós exatamente. Podemos ter uma curiosidade sobre o assunto, mas temos que não permitir que tal curiosidade nos instigue a encontrar respostas que ali não se encontrem.

O melhor que podemos fazer, eu penso, é inferir umas poucas coisas sobre Satanás.


 1º-  somente Deus (o Altíssimo) é incriado. Tudo o mais e todos no universo são criados. Portanto, Satanás é um ser criado. A Bíblia, em nenhum lugar diz que ele é um ser eterno como Deus.

2º -  a Bíblia atribui onipotência somente a Deus (o Soberano). Portanto, Satanás não é um ser onipotente. Ainda que ele tenha grandes poderes, Deus limita seu uso deles (conforme 1 Coríntios 10:13; Jó 1-2).


3º -  há seres que foram feitos e que existem acima do nível humano. Podemos chamá-los seres espirituais por falta de um termo melhor. Entre estes seres espirituais estão os anjos, mas estes aparentemente não são os únicos tipos de seres espirituais (conforme Efésios 6:12; Apocalipse 4-5). A respeito desta ordem de seres, conhecemos mais sobre anjos do que quaisquer outros. O quadro que obtemos pela palavra de Deus é que seres espirituais são muito mais interessados em negócios da terra e, às vezes, estão envolvidos neles. Por exemplo, anjos mediaram a Lei de Moisés (Gálatas 3:19), anjos anunciaram a ressurreição de Cristo (Mateus 28:5), e anjos desejaram ver o cumprimento do plano de Deus de salvação (1 Pedro 1:12). Embora isso possa ser uma especulação, também parece que seres espirituais, conquanto sejam criados, não obstante não são ligados em sua existência às limitações de tempo ou idade.

  - A Bíblia em lugar nenhum identifica Satanás como um ser humano. Ele é, obviamente, um dos seres espirituais sobre os quais lemos na Bíblia. Isto não quer dizer que Satanás seja um anjo. De fato, teria sido muito fácil, em qualquer dos contextos e para qualquer dos escritores, dizer que Satanás era um anjo, mas eles nunca o disseram. Ele é, não obstante, um ser espiritual e a Bíblia o descreve como, entre outras coisas, "o príncipe da potestade do ar" (Efésios 2:2). Vemos Satanás, pela primeira vez, no Jardim do Éden (Gênesis 3), justo no começo da história humana, e ele tem existido continuamente desde então.

Conclusão
 



Num sentido muito significativo, não importa de onde Satanás veio. A ênfase na Bíblia cai, em vez no que ele faz. Não é como ele veio a existir que preocupa. É o fato que ele existe que nos preocupa. Ele continua a trabalhar contra nós em sua tentativa de dominar a humanidade, e para nós Jesus deixou a continuação da guerra.


"Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes" (Efésios 6:10-12).
 

 

ADULTÉRIO E MORTE

O jovem empresário Fabio Gabriel Rodrigues foi encontrado morto em um motel na cidade de Niterói. Verônica Verone de Paiva, de 18 anos, foi acusada de ter cometido o crime. Na Delegacia ela confessou ter enforcado o rapaz com quem mantinha um caso. A “aventura sexual” teve trágicos resultados: Verônica está presa e aguarda julgamento. Fábio está morto e agora terá que responder diante de Deus, o justo Juiz; sua mulher, agora viúva, e seus dois filhos, de 4 e 7 anos de idade estão sofrendo as conseqüências destrutivas e irreparáveis do pecado.
O adultério é uma das maiores desgraças da sociedade. Dados confiáveis indicam a crescente onda de infidelidade entre os casais. Muitos lares têm sido destruídos pelo adultério, trazendo sofrimento para os cônjuges e para os filhos. Não obstante a isso, o adultério e outras práticas sexuais moralmente reprováveis, tem se tornado comum em nossa sociedade, sendo até incentivada pelos meios de comunicação subjugados pelo relativismo moral. Existe uma grave tolerância e um absurdo incentivo a um dos pecados mais graves e de conseqüências mais danosas para família e, conseqüentemente, para a sociedade.

A Bíblia afirma que o adultério é uma loucura espiritual. Aquele que o pratica, cedo ou tarde, será destruído. “O que adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa. Achará açoites e infâmia, e o seu opróbrio nunca se apagará”. (Provérbios 6.32-33) O adultério é um pecado, cujas conseqüências sempre deixam um rastro de destruição não apenas sobre o adúltero, mas sobre toda família. Quando o adultério entra em um lar, ninguém escapa do sofrimento.

Leiamos a exortação de Tomas Watson: “O pecado do adultério é uma maldição sobre a alma. O adúltero, como a mariposa, voa tanto tempo ao redor da vela que por fim chamusca sua alma. Este pecado, embora comece comicamente, termina em tragédia. Esta doce calma precede um terremoto. Depois dos cabelos da mulher vem os dentes do leão.”
Escravizado pela luxúria, o rapaz saiu em busca de prazer e acabou perdendo a vida. O adultério é parceiro da morte; juntos, seduzem e matam.

 Pr. Judiclay Silva Santos

Salvando minha Família


A família sempre foi e será a célula mãe da sociedade, sem esta instituição de respeito chamada família não tem como ter sociedade.
De alguns anos para cá, estamos vendo famílias, cada dia mais, sendo atacadas pelos poderes do diabo que muitos julgam não existir.
Os valores familiares como: criar os filhos juntos, educar os filhos, estão sendo trocados todos os dias pela tal dependência de ambos os lados, que julgam poder criar os seus filhos sem a ajuda um do outro, ou seja, um erro muito grave e desrespeitoso do princípio fundamental da família que é a Palavra de Deus, pois quando o Senhor colocou o primeiro casal no jardim do Éden (os dois juntos) para guardar, administrar e cultivarem (Gn 2:7-25), o próprio Deus deixou a responsabilidade de juntos fazerem o melhor para o Senhor Deus. Hoje os valores estão sendo colocados de lado para darem lugar aos casamentos e famílias de conveniência (hoje estão juntos, amanhã não), os homens não querem mais ter compromisso e as mulheres só querem independência. Os seres humanos estão a cada dia mais pervertendo os valores que Deus deixou, como uma família abençoada e um lar edificado em Cristo Jesus (Mt 7:24).
Um grande homem de Deus, Pr: Abner Santos, falando sobre família, diz:

“A família é a espinha dorsal da sociedade, foi constituída por Deus, Todavia, está sendo destruída pelos pecado, vícios, incredulidade e dureza de coração”

A Bíblia diz: “O diabo vem somente para roubar, matar e destruir” (Jo 10:10 a), é não pense que o mal pelo qual sua família está passando é normal; o diabo é inimigo dessa instituição abençoada por Deus chamada família, ele tem tentado acabar com o seu lar, pois acabando com ele estará automaticamente acabando com a sociedade e mandando muitas vidas para o inferno da destruição familiar.
Mas o Senhor Jesus chegou para acabar com os poderes de satanás e lhe abençoar ricamente em todas as áreas de sua família. A Bíblia Sagrada nos traz uma grande esperança que é a luz no final do túnel: “Eu vim (Jesus) para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10:10 b).
Deus tem, e quer o melhor para a sua família, mas precisamos buscar ao Senhor Jesus todos os dias, para que Deus possa abençoar nosso lar trazendo a esperada Salvação, libertação e dias melhores de vida para o nosso lar e família (Mt 11:28-30).

Muitas famílias hoje estão sofrendo, sem saber que a causa de todo este sofrimento é nada mais que o pecado dentro de nossos lares (Rm 3:23; 6:23).

Deus que entrar na sua família, na sua casa e realizar o milagre da libertação e salvação em Jesus Cristo.

E você pergunta: como salvar minha família? Buscando a Deus e fazendo um compromisso com o Senhor Jesus Cristo (Js 24:14-15; MT 6:33).

                                                                                                                            Ribeiro Fernandes

25 fevereiro 2013

Igreja Primitiva? Conta outra Irmão!

 
 

Falta muita vergonha na cara irmão, ou melhor falta o Espírito Santo em alguns corações!
 
Tenho visto, vivido e observado nos dias atuais que alguns homens perderam por completo a presença do Espírito Santo, pois o sentido de vida em  Deus é compaixão, misericórdia e amor estão acima de tudo.
 
O Senhor têm nos chamado para cuidar das pessoas menos favorecidas ou melhor, pessoas que são usadas por Deus para provar os corações daqueles que declaram todo amor a Deus. “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” I João 4:20
 
 Infelizmente isto não têm acontecido com freqüência, o que tenho visto são pessoas preoculpadas com a auto-promoção, querendo realizar seus próprios sonhos, mas sonhos estes que não abençoa nem a si próprio.
 
Hoje vemos a igreja local levantando recursos financeiros para tantas coisas que são totalmente fora dos planos Deus.
 
Hoje:
 
- Vejo monumentos em construções que dizem ser “templos, a casa de Deus”, muito dinheiro de sangue indo para o esgoto, quando digo dinheiro de sangue me refiro ao dinheiro que pessoas realmente fiéis e muitas vezes enganadas por mercenários que promovem os dízimos e as ofertas acima de tudo, estes deixam de colocar o alimento em casa, comprar roupas e dar condições melhores aos seus queridos!
 
- Vejo pessoas levantando “oferta de amor” para “abençoar” os mentores espirituais a fazerem viagens para o exterior e também vários outros caprichos que edificam a si próprios para promoção aqui neste mundo.
 
- Vejo pessoas com condições e posses financeiras muito boa, fazendo vista grossa a situações financeira de pessoas desempregadas e enfermas.
 
- Vejo pessoas que precisam anunciar que estão precisando de ajuda (sendo que a igreja local já sabe da necessidade do infeliz), "porque se a pessoa não pedir ajuda, ela não demonstra que é humilde".  Estes tais gostam de ver  pessoas sendo humilhadas e não humildes!
 
"Estou colocando algumas situações que no momento estão vindo a mente mas sei que existem um infinito de desculpas e safadezas que alguns dizem para não ajudarem a ninguém".
O pior de tudo, são pessoas que dizem professar a fé em Jesus,  e que afirmam viver a fé vivida na Igreja Primitiva,  estes estão praticando estas loucuras citadas acima.
Perderam completamente o sentido da Vida Espiritual.
 
Agora estou a procura dos tais:
 
- Onde estão os apóstolos que estão cumprindo o que está escrito em Atos 2:43? E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
Me perdoe irmãos mas sem querer generalizar mas são uma cambada de mercenários, aproveitadores que usam da “autoridade que dizem receber de deus”, coloquei o “d” minúsculo porque de uma coisa eu tenho certeza o que eles veneram,  não é o Deus da Bíblia de Atos 2.
 
 
- Onde estão os que se fazem cumprir o que está escrito em Atos 2:44? E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
 
Um só pensamento, um só espírito, uma só decisão, assim eu consigo entender este versículo.
Mas hoje as pessoas estão em competição, querendo ser umas melhores que as outras, mas não no sentido de Deus, mas no sentido de Demônios como Mamon (Demônio do dinheiro) e Asmodeus (Demônio da luxuria e que acaba com casamentos), vaidades em exessos e mais recursos financeiros para satisfazerem seus egos, mas o que conseguem é isto: Ficam atraindo os olhares de pessoas mais fracas e invejosas do que elas e levam maldição para si.
 
 
- Onde estão os que se fazem cumprir o que está escrito em Atos 2 :45? E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia necessidade.
 
Um dia destes estava conversando com um irmão a respeito da minha indignação a respeito deste tema, e ele me disse que a igreja de hoje vive o que viviam na Igreja Primitiva, fui obrigado a dizer para ele que é uma farsa, um engano ou no dito popular e diabólico que é uma safadeza afirmar tal coisa, pois a única coisa que tentam imitar que parece que têm dado certo é o culto no lar, mas se não fizerem por amor é perda de tempo, hoje cumprem tabela, “dizem assim: Hoje é dia de célula”, por obrigação não funciona têm que ter amor aos perdidos.
Voltando ao que esta escrito em Atos 2 :45, E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia necessidade.  Pelo contrario o que temos visto é a dita “Prosperidade” alavancando aqueles ditos "fiéis em dízimos e ofertas" que só procuram ter, e ter cada vez mais propriedades e bens, pois isto é para eles o sinônimo de fidelidade, vejo alguns Dizendo assim: Eu sou tão fiel nos dízimos e ofertas que tenho carros na garagem, casas e apartamentos! O que me deixa muito triste é, quando vamos ver a vida de algumas pessoas de perto é desapontador, pecados, família desordenadas, etc... mas o que interessa para eles é ter prosperidade financeira e material.  
Agora, Conheço pessoas que vivem a mesma hipocrisia que não são fieis em dízimos e ofertas e são prósperos do mesmo jeito, e para seu saber são pessoas que se consideram santas e fiéis a Cristo e que dizem viver como a igreja primitiva, é de dar nojo mas fazer o quê!?  
 
 
Mas infelizmente não estão preocupados porque não sabem o que está escrito em Atos 2:45, esta afirmativa deles é o contrário a Palavra de Deus!
 
Fico perguntando para o Pai onde vamos parar com tanta hipocrisia e falta de vergonha na cara ou melhor a falta de espaço para o Espírito Santo atuar na mente, não só de mentores espirituais, mas também dos que estão chegando, pois estão aprendendo com os mentores, em  Mateus 15:14 Jesus disse assim: Deixai-os; são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.
 
E consigo ouvir a voz  de Deus  que me diz para acalmar, pois o Juízo está por vir:  
 
- Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas. Mateus 10:16
 
 
- Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Mateus 7:15
 
- Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo. Judas 1:4

    
- E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.  Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;  Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;  Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.  
Então os justos lhe responderão, dizendo:
Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?  
E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?  E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?  
E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.  Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;  Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;  Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?  Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.  E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna. Mateus 25:31 a 46
Vigiemos irmãos!
 
BY Pr.João Carlos

21 fevereiro 2013

Glutonaria

 
Embora o leitor não cite um texto específico, ele pergunta: “Por que a igreja parece quase silenciosa em pregar e ensinar sobre o assunto da glutonaria? Ouvi dizer que no passado a igreja pregou sobre isso, enquanto hoje nós praticamos a glutonaria!”.

 
A Escritura menciona o pecado da glutonaria mais de uma vez, embora não freqüentemente. Em Deuteronômio 21:20, os pais de Israel são ordenados a levar um filho rebelde e obstinado aos anciãos e dizer a eles:
“Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz; é um comilão e um beberrão.” Esse mandamento para levar um filho rebelde aos anciãos ainda está em vigor! Em Provérbios 23:20-21, Salomão admoesta o povo de Deus: “Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão acabarão na pobreza; e a sonolência os faz vestir-se de trapos.” Os judeus consideravam a glutonaria ser um pecado sério, e por isso acusaram o nosso Senhor de ser “um homem comilão e beberrão” (Mt. 11:19; Lucas 7:34). Embora a glutonaria não seja mencionada por nome em Provérbios 23:1-3, a admoestação é importante: “Quando te assentares a comer com um governador, atenta bem para o que é posto diante de ti, e se és homem de grande apetite, põe uma faca à tua garganta. Não cobices as suas iguarias porque são comidas enganosas.” E seria bom ler também os versículos 4-8.

 
O leitor assume em sua pergunta que a glutonaria é um pecado, mas pergunta especificamente o porquê os ministros nunca pregam sobre ela. Eu não sei a resposta; pode haver muitas respostas: o próprio ministro come demais; quando um ministro condena a glutonaria desde o púlpito, as pessoas recebem tal admoestação com hilaridade (como aconteceu uma vez comigo); muitos na congregação são glutões e o ministro não quer ofendê-los; a glutonaria é geralmente considerada "como um pecado insignificante, não digno da nossa atenção".
Uma razão, contudo, pela qual os ministros raramente pregam, se é que pregam, sobre esse pecado pode ser que a glutonaria é difícil de definir. suspeito que um homem magro que coma tudo o que deseja e nunca engorde sequer uma grama, definirá glutonaria um tanto diferente da pessoa que come de forma reduzida e, todavia, engorda com tudo o que come. Um homem que come com voracidade e nunca aumenta de peso pode ser culpado do pecado de glutonaria, enquanto uma pessoa obesa pode não ser. Nem todos os obesos são glutões, e nem todos os magros estão livres desse pecado.


Os presbíteros na igreja não descobrem quem são os glutões entrando na casa de cada um e pesando os membros da família numa balança que carregam consigo.


Um problema adicional de nenhuma significância pequena é:

Quanto uma pessoa pode comer antes de cair no pecado de glutonaria?


Ou, na mesma linha: Quais comidas ele deve comer e quais deve evitar, para se guardar do pecado de glutonaria?


Há poucos glutões nos países de terceiro mundo onde o problema não é comer muito, mas manter-se vivo. Nós que vivemos em fartura devemos considerar que o pecado pertence especialmente aos nossos tempos e em nossas circunstâncias. Contudo, eu creio sinceramente que os ministros conscientes que pretendem pregar todo o conselho de Deus, e que buscam aplicar essa Palavra de Deus à congregação, pregam sobre glutonaria, mas fazem isso sem mencionar especificamente o pecado.
Como?
A quantidade do que como e bebo e o tipo de comida e bebida é tudo questões de liberdade cristã. Elas pertencem àquela área onde nenhuma lei deveria ser feita, onde o cristão, ungido por Cristo para ser rei na casa de Deus, governa sua vida pelos princípios da Escritura, e onde sua própria consciência é o seu guia – uma consciência cativa pela Palavra de Deus. E assim, um ministro consciente prega os princípios que fundamentam esse pecado.


Quais são alguns deles?


Não devemos ficar preocupados sobre o que deveríamos comer e beber, pois Deus, que cuida dos pardais, prometeu tomar conta de nós (Mt. 6:25-34). Muita glutonaria começa por falhar em prestar atenção a essas palavras de Deus. Com geladeiras cheias, nós nos preocupamos constantemente.
Não devemos ser ascetas que, nos interesses de permanecer magro, evitamos os dons de Deus. Devemos recebê-los com gratidão, santificá-los com a Palavra de Deus e oração, e desfrutá-los como dons bondosos de Deus (1Tm. 4:1-5). Nunca devemos pensar em alimento e comida como fins em si mesmos, a serem desfrutados por causa deles, mas devemos lembrar que nosso chamado é buscar o reino de Deus e a Sua justiça (Mt. 6:33). Isto é, comida e bebida nos são dados por nosso Pai do céu, para que possamos ter a força para continuar nossa jornada de peregrinos rumo ao céu, e, enquanto estamos ainda sobre a Terra, fazermos a obra do reino nos dada como tarefas por Cristo.


Se nos entregamos às comidas e bebidas dos tipos mais caros e não ajudamos aos pobres, a comida que comemos não somente nos engordará, mas se tornará em amargura dentro de nós sob a maldição de Deus. Deus se preocupa muito com os pobres!
 
Tão importante é o reino da justiça de Deus que suas obrigações  excedem comida e bebida. Se necessário, como é para muitas pessoas, escolher entre a instrução cristã e a comida, entre a pregação e batatas, entre missões e pêssegos, a causa do reino de Deus deve vir em primeiro lugar.


Quando, em nossa fartura, comemos guloseimas e comidas exóticas que não são boas para nós, tornamo-nos glutões. Quando comemos qualquer comida que prejudique a nossa saúde, pecamos. Isso não significa que devemos ouvir aos médicos o tempo todo ou usar uma pequena balança na nossa mesa, ou contar as calorias constantemente, mas significa que a regra bíblica, “seja a vossa moderação notória a todos os homens. Perto está o Senhor” (Fp. 4:5) é uma palavra muito necessária em nossos dias. Ao comer e beber, bem como em todas as outras coisas, façamos tudo para a glória de Deus (1Co. 10:31).
 
Prof. Herman Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
http://www.cprf.co.uk/

 

20 fevereiro 2013

Satanás Usa o Desejo Sexual


Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher; Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido. O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência. Digo, porém, isto como que por permissão e não por mandamento. Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra. 1 Coríntios 7:1-7
O nosso foco no domingo que antecede o Natal será a grande verdade de 1 João, que “o Filho de Deus veio ao mundo para desfazer as obras do diabo”. Na última semana expusemos uma dessas obras, isto é, que Satanás se esforça para levar embora a Palavra de Deus quando esta é pregada. Hoje nós exporemos outra obra de Satanás, ou seja, que ele usa o desejo sexual.
O texto ensina pelo menos quatro coisas
1. Celibato é um dom a ser celebrado
Você poderia chamar 1º Coríntios 7 o manifesto de Paulo para a vida solteira. Quando ele diz no versículo 1 “bom seria que o homem não tocasse em mulher”, tem
em vista a mesma coisa que no versículo 8: “Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu”. “Bom seria que o homem não tocasse em mulher” significa  “É bom ser solteiro”.
Paulo versus a Concepção Moderna de Celibato
Paulo estava tão plenamente comprometido com a vida de celibato que ansiava que todos tivessem a mesma vida. Mas a razão porque ele tinha grande apreço pela vida solteira é exatamente oposta daquela por que muitos hoje gostam da vida solteira e mesmo romperiam casamentos a fim de novamente gozar a solteirice. Hoje a solteirice é apreciada por muitos porque traz a liberdade suprema para a auto-realização. Você mexe os seus próprios pauzinhos. Ninguém restringe o seu modo de ser. Mas Paulo estimava a sua solteirice porque ela o deixava totalmente à disposição do Senhor Jesus. Nem esposa nem filhos precisariam ser levados em conta quando a missão por Cristo fosse perigosa. Nenhum dinheiro precisaria ser gasto em roupas e na educação do pequeno Paulo júnior. Não precisaria ser dispensado tempo preservando e cultivando a relação com sua esposa.
Celibato Como Propósito de Escravidão a Cristo
Segundo os versículos 32-35, Paulo promovia o celibato porque ele se deleitava em servir a Cristo com tão poucas distrações quanto fosse possível, e almejava isso para os outros também. A disposição contemporânea promove solteirice (mas não castidade) porque ela livra da escravidão. Paulo promove a solteirice (e castidade) porque ela livra para a escravidão – ou seja, escravidão a Cristo.
Deus chamou muitos de vocês para uma vida de celibato. O ensino dessa passagem para você é que esse é um dom a ser celebrado. Você estaria pensando – como muitos de vocês – em que sentido a sua liberdade pode ser maximizada pela causa de Cristo aqui e pelo mundo. Você tem algumas vantagens que a pessoa casada não tem.
2. Celibato não é para todas as pessoas
Nem todos são chamados ao celibato como Paulo. O versículo 7: “Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra”. Da mesma forma que Paulo gostaria de recomendar o celibato a todas as pessoas, ele faz referência à sabedoria de Deus que chama alguns para casar. Celibato não é para todas as pessoas.
3. Casamento é uma barreira para a torrente de fornicação e adultério
Casamento é uma barreira para a onda de fornicação – relações sexuais fora do casamento. Após dizer no versículo 1 que bom seria que o homem não tocasse em mulher (isto é, celibato é bom), Paulo diz no versículo 2: “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido”.
A Clara Proibição ao Intercurso Sexual Pré-marital
Essa é uma clara proibição ao intercurso sexual pré-marital. Há evangélicos alegando hoje que a palavra para “imoralidade” no Novo Testamento (porneia) referese somente à promiscuidade, mas não ao intercurso sexual pré-marital para casais comprometidos. Mas esse é um exemplo de se definir uma palavra com muito pouca sensibilidade ao contexto moral e teológico em que ela é empregada.
Quando no capítulo proibiu a imoralidade, Paulo mais definitivamente tinha em mente sexo pré-marital entre casais comprometidos. Veja, por exemplo, em 1º Coríntios 7:36-37. “Mas, se alguém julga que trata indignamente a sua virgem, se tiver passado a flor da idade, e se for necessário, que faça o tal o que quiser; não peca; casem-se. Todavia o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas com poder sobre sua própria vontade, se resolveu no seu coração guardar a sua virgem, faz bem”. O que nos leva de volta ao ponto do versículo 1, “bom seria que o homem não tocasse em mulher”.
Agora, sejamos honestos. Não está claro o que Paulo ensina sobre sexo prémarital para casais comprometidos? Ele ensina que a vida de solteiro é o preferido (como vimos antes), mas que se o desejo sexual é forte… o quê? Vão em frente e durmam juntos, desde que vocês estejam comprometidos um com o outro e tenham gozado todas as outras formas de intimidade? Não! Ele diz que se o desejo é forte, case. Intercurso sexual pré-marital para casais comprometidos não é uma opção cristã. E eu recomendo um artigo de um conselheiro cristão da Standard deste mês, pela excelente exposição de algumas das razões por trás desse padrão divino de castidade (“The Eroding Effect of Premarital Sex”, por P. Roger Hillerstrom).
A mesma coisa é clara a partir do nosso texto no versículo 2. “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido”. Ele não diz que ficar comprometido é a solução para a tentação sexual. Ele não diz que um compromisso verbal anterior ao casamento justifica o ato do intercurso sexual. Ele diz “Se o seu desejo por relações sexuais com a sua companheira é forte, vá em frente, case”. Casamento é a barreira designada por Deus à torrente de fornicação no mundo. Você não pode cometer fornicação após estar casado.
Uma Barreira contra o Adultério
Mas você pode cometer adultério. Este é o porquê de Paulo se pôr a mostrar que casamento tem também o propósito de ser uma barreira contra o adultério. Os versículos 3-5: “O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência”.
É claro a partir desse texto que as boas relações sexuais no casamento pretendem ser uma barreira contra a torrente de adultério. Maridos e esposas têm o dever de se
dispor às relações sexuais um com o outro de forma tal que a tentação do adultério seja significativamente enfraquecida.
Três Elementos da Satisfação Sexual no Casamento
Note cuidadosamente a forma como eu disse isso. Maridos e esposas têm o dever de se dispor às relações sexuais um com o outro de modo tal que a tentação do adultério seja significativamente mitigada. A implicação desse texto é que maridos e esposas devem satisfazer sexualmente um ao outro, tal que seus olhos e corações não perambulem atrás de satisfação em outro lugar. Há muitos elementos que cooperam com essa satisfação. Deixe-me mencionar três deles.
1. A Freqüência do Intercurso Sexual
Um desses elementos é mencionado por Paulo no versículo 5, isto é, a freqüência do intercurso sexual. Ele diz que casais não devem se abster por muito tempo das relações sexuais para que não sejam vítimas da tentação do adultério. Freqüência é um elemento que coopera com a satisfação nas relações sexuais.
2. Atração Física
Outro elemento seria se marido e esposa são fisicamente atraídos um ao outro. Eu admito que essa é uma questão muito delicada e complexa. É delicada porque há muitas coisas em nós que não podemos mudar e outras que são difíceis de mudar. É complexa porque a união íntima de duas pessoas pode fazer com que elas vejam beleza uma na outra que outras pessoas não podem ver.
Todavia, se é verdade que a atração física de um pelo outro é parte daquilo que torna satisfatória uma relação sexual, penso que esse texto implica que maridos e esposas têm o dever espiritual de tentarem ser atrativos um ao outro. Nenhum de nós pode competir com os símbolos sexuais dos nossos dias. E nem deveríamos tentar isso. Há alguns de nós, de fato, que colocam ênfase demasiada na aparência exterior. Mas certamente a visão bíblica é um balanço entre uma autoconsciência excitada por cada ruga e quilograma e fio de cabelo grisalho de um lado, e por outro lado uma negligência descuidada que não atenta à consideração do nosso parceiro quanto à forma que deveríamos nos vestir, comer, tomar banho ou agir em público. A exortação dessa porção das Escrituras é que deveríamos ser sexualmente satisfatórios ao nosso cônjuge a fim de afastar os pensamentos da tentação de procurar satisfação em outro lugar. (Deixe-me inserir uma advertência. Não infira a partir disso que se o seu parceiro não o satisfaz você tem o direito de procurar satisfação em outro lugar. Casamento é infinitamente mais do que sexo. E um desapontamento nessa área não é uma dispensa honrada dessa relação.)
3. A Integridade de Ambos os Lados no Relacionamento
  
A despeito da freqüência das relações sexuais e da atratividade de um pelo outro, a satisfação também depende, em terceiro lugar, da dignidade de ambos os lados no elacionamento. Se há raiva, mágoa, ressentimento, sentimentos feridos, nós usualmente não procuramos o contato mútuo, tanto menos nos abraçamos. Assim, o texto é também uma exortação para que nos humilhemos, nos arrependamos e busquemos perdão erenovação em nosso casamento.[…]
Até o momento definimos, então, que:
1. Celibato é um dom a ser celebrado.
2. Celibato não é para todas as pessoas.
3. Casamento é uma barreira para a torrente de fornicação e adultério, pois dispõe a forma de Deus para a satisfação do desejo sexual.
4. Satanás Usa o Desejo Sexual
Eu não estou dizendo que Satanás cria o desejo sexual. Deus é que criou o desejo sexual. Sentir desejo sexual não é algo pecaminoso ou satânico. Satanás não cria o desejo sexual; ele o usa – ou mais precisamente, abusa dele.
Desejo Forte e Vulnerabilidade a Satanás
O versículo 5 diz “Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência”. Quando o desejo sexual aumenta, Satanás dirige a sua bateria de mísseis em marcha rápida. O aumento do desejo sexual não significa vitória de Satanás, mas vulnerabilidade a ele. Há uma verdade muito simples operando aqui: quanto mais intenso for o desejo sexual, mais propensos estaremos ao engano de julgar que não é errado satisfazer esse desejo por meio da fornicação, adultério ou masturbação. A mesma verdade se aplica a todas as áreas da nossa vida: quanto mais forte for o nosso desejo por alguma satisfação, mais vulneráveis estaremos ao engano sobre o que é certo ou errado no que se refere à forma que tentamos satisfazer esse desejo.
Por exemplo, esta é a razão porque quando você ou sua companhia espera que você esteja sozinho num carro para decidir o que é certo ou errado a respeito da fornicação é quase certo que você decidirá a favor dela. Satanás toma o desejo e usa o poder do desejo para fazer a sugestão soar aceitável. Nós estamos numa condição melhor para a reflexão moral quando o desejo está num nível baixo, tal que quando as ondas das racionalizações satânicas quebrem sobre nossas mentes no momento da tentação, teremos um ponto de apoio na verdade e não seremos lançados para a conduta que parece ser tão boa.
Os Esforços de Satanás Para Destruir a Pérola do Desejo Sexual
Deixe-me dizer isso novamente. Satanás não cria o desejo sexual. O desejo é bom e Satanás nunca produziu algo bom. Seu objetivo pleno é destruir o que Deus criara para ser bom. Existem dois modos pelos quais você pode destruir uma pérola. Você pode cortar ela fora da ostra antes que tenha amadurecido ou você pode dar ela de alimento aos porcos. Satanás faz o possível para remover o desejo sexual da ostra de graça e da verdade de Deus. Se ele conseguir que pessoas isolem o sexo da realidade de Deus, ele terá virtualmente destruído seu verdadeiro significado e beleza. Ele também faz o possível para tomar a pérola do desejo sexual e, ao invés de colocá-la no pendente do casamento, dá de comer aos porcos da fornicação, do adultério, da pornografia, do incesto, do abuso infantil e da homossexualidade. Mas a pérola do desejo sexual é feita para crescer e chegar à plenitude da sua beleza na graça e na verdade de Deus, seu fabricante, e então ser tomada e colocada no pendente dourado do casamento. Ou, para aqueles que são chamados para tomar o caminho do celibato, a pérola do desejo sexual é feita para ser um tipo de rolamento minúsculo no carango da criatividade humana.
Pitirim Sorokin, um professor de sociologia em Harvard, e J. D. Udwin realizaram um estudo em história social que concluiu que “os períodos de liberdade sexual foram os mais pobres do ponto de vista cultural, ao passo que aqueles períodos em que a moralidade e a convenção social impuseram restrições sobre a atividade sexual foram os mais ricos na produção criativa” (Christianity Today, Nov. 23, 1984, p.29).
Mas Satanás usará qualquer coisa que puder para arruinar essa pérola do desejo sexual, cortando-a da graça e da verdade de Deus, ou dando-a de comer aos porcos do adultério e da pornografia, ou restringindo pessoas solteiras de porem suas energias a serviço de uma vida de diligência criativa pela causa de Cristo.
Satanás é Real e Poderoso
Por favor, tome isso com bastante seriedade. Satanás não é alguém fácil de derrotar. Ele é real e poderoso. Ele mantém milhões de pessoas firmemente em sua servidão. E ele está procurando mais pessoas a todo o momento. Eu ouvi ontem de alguém da nossa comunidade a respeito de uma pessoa que rejeitou uma refeição num vôo, e quando inquirida do por que disso, essa pessoa disse que estava jejuando e orando a Satanás. Quando inquirida acerca do que estava orando, ela disse que estava orando pelo rompimento do casamento de pastores. Se você fosse um adorador de Satanás, e procurasse saber quais são os objetivos do seu mestre, tal que saberia então como orar, onde iria para saber mais a respeito? Você iria ao encontro da Bíblia, pois ela dá um retrato verdadeiro daquilo com que Satanás está ocupado no mundo. E você leria, entre outras coisas, que ele está ocupado em destruir casamentos. Satanás é totalmente comprometido com o adultério e com todos os problemas pessoais que levam a ele. Aprenda das Escrituras esta manhã. Quando você luta contra a tentação sexual, sua luta é contra Satanás. Não porque ele criou o desejo, mas porque ele usa o desejo de forma muito poderosa e enganadora.
Resistindo às Mentiras de Satanás Pelo Conhecimento de Deus
Mas nunca esqueça, “O Filho de Deus veio ao mundo para desfazer as obras do diabo”. O significado do advento é a vitória para todos aqueles que conhecem o Filho de Deus. Há uma forma de resistir à tentativa de Satanás de usar o seu desejo sexual. Deixe-me encerrar dirigindo a sua atenção à passagem em 1º Tessalonicenses 4, mais exatamente os versículos 3-5. Aqui Paulo mostra a diferença crucial entre aqueles governados por suas paixões e aqueles governados por um senso de santidade e reverência. “Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição; Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus”.  O ponto-chave é “que não conhecem a Deus”. Se você perguntasse a Paulo ‘O que eu posso fazer para que eu fique protegido do poder de Satanás de me enganar no pecado sexual?’ sua resposta seria ‘Conheça a Deus’. Dedique-se com esmero ao conhecimento de Deus. Seja diligente na busca por uma visão sempre mais ampla de Deus.
Ele disse em Romanos 1:28, “E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm”. Mas se você acumula o conhecimento de Deus é diligente em sua busca, a escravidão da torpeza será rompida. Em Gálatas 4:8, Paulo disse “Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses”. Libertação da escravidão de Satanás e das suas forças vem pelo conhecimento de Deus. Ou, como Pedro expressou em sua segunda carta (1:3): “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude”. Quanto melhor conhecer a glória e a virtude de Deus, menor será o poder que Satanás terá sobre você. Você não pode ser facilmente enganado de que o caminho de Satanás é melhor quando você realmente conhece o caminho de Cristo. A única forma de lutar contra a mentira do prazer pecaminoso é com a verdade do prazer reto. Quando você chegar ao conhecimento pleno de Deus – que “em Sua presença há plenitude de alegria e em Sua mão direita estão prazeres para todo o sempre” – você terá vencido Satanás de uma vez por todas. Ele é um mentiroso e não tem poder sobre aqueles que realmente conhecem a Deus.
9 de Dezembro, 1984
John Piper
Tradução: Marcelo Herberts

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