O casal é a espinha dorsal da família e
a família é a célula máter da sociedade. Com base nestas duas verdades, vamos
rever quais são os aspectos funcionais da união conjugal e como podemos
desenvolver uma cultura familiar nutridora. Lembre-se, ninguém melhor do que o
idealizador da família, que é Deus (Sl 127:1), para dizer como ela deve ser e
funcionar. A Bíblia é "o Manual" que ensina todos os passos para se
construir um projeto de vida em família que realmente vale a pena. Quando Deus
planejou a família não a deixou para que o homem a edificasse da sua maneira,
muito pelo contrário, ele deixou princípios que devem nortear toda a construção
do projeto. Vejamos quatro princípios imprescindíveis que são como colunas de
sustentação na edificação Da família:
I. INDEPENDÊNCIA GRATA.
"Por isso DEIXA o homem pai e
mãe..." (Gn 2:24a) O casamento implica em romper o cordão umbilical de
dependência dos pais, é um deixar em três aspectos importantes: geográfico,
emocional e financeiro. É sempre bom lembrar que o texto diz deixa, o que é bem
diferente de abandona. A causa do fracasso de muitos relacionamentos, é porque
o marido ou esposa depois que se casaram deram as costas aos pais
abandonando-os. Há um mandamento na Palavra que Diz: "Honra teu pai e tua mãe ...
Para que tudo te corra bem e tenhas longa Vida sobre a terra". (Ef 6:2,3)
Gosto de um pensamento que os agricultores usavaram em uma campanha nos Estado
Unidos: "Se não gosta do que esta colhendo, olhe para traz e veja o que
você plantou", isso se aplicada aqui também. Essa independência tem que
ser com muita gratidão, é um deixar para voltar a fim de assistir, cuidar,
abraçar e honrar os pais.
Um Deixar geográfico - Há um adágio
popular muito conhecido que expressa uma grande verdade: "Quem casa, quer
casa". Não é prudente o casal logo no inicio da vida a dois, ir morar com
os pais. Aqueles que estão começando a caminhada conjugal, precisam aprender e
amadurecer assumindo com responsabilidade todas as implicações da vida a dois,
o que não acontece se eles estiverem morando com os pais. Seria interessante
que o casal começasse a construção do seu projeto de vida conjugal em seu
próprio "ninho - casa". A privacidade é fundamental para que a
relação se desenvolva e os dois cresçam.
Deixar emocional - A privacidade de um
lar depende dos limites que o casal estabelece para que sejam respeitados. Onde
não há respeito aos limites, não há privacidade. Alguns conflitos conjugais
são, muitas vezes, expressão de conflitos de lealdade com a família de origem
que não consegue afrouxar e transformar os laços familiares para conseguir
ligar-se ao parceiro e formar uma base de uma nova família. Os pais precisam
entender que os filhos são temporários e o casamento é permanente. Quando há compreensão
desta realidade, acaba a competição entre nora e sogra e
a convivência é facilitada. O segredo está no respeitar os limites que o
casamento impõe em relação a família de origem.
Deixar financeiro - O que dizer dos
pais que superprotegem o filho casado, bancando tudo? Sempre que os pais
assumem todas as despesas, a tendência é eles sentirem-se donos do casamento do
filho. Não seria esta uma das causas dos grandes conflitos em muitos
casamentos? Os pais devem ensinar os filhos a pescar, e não passar a vida toda
dando peixe nas mãos deles. Tenho insistido nas minhas palestras com os jovens,
que o casamento deve acontecer quando o casal tiver condição de se
auto-sustentar, para que haja um "deixar" financeiro em relação os
pais. Não estou afirmando que os pais não devem ajudar os filhos em tempo de
dificuldade. Sou contra o comodismo de muitos filhos e a incensates dos pais
que não ensinam os filhos a irem a luta.
Casais que vivem na dependência
financeira dos pais por causa do comodismo, não crescem no relacionamento
conjugal e se tornam um peso para família.
II. UNIFICAÇÃO - Aliança
"...e se UNE à sua mulher..."
(Gn 2:24b) O termo unir ou apegar (como em algumas traduções) lembra a mesma
palavra hebraica usada no livro de Josué 23:8. Apegar aqui significa juntar,
afeiçoar, adaptar, agarrar, unir, atar, conciliar, harmonizar, ligar, fundir,
soldar, associar, colar uma parte na outra, esse é o sentido da união conjugal.
No livro de Malaquias há um texto que descreve a seriedade do casamento aos de
Deus: "E vocês ainda perguntam: 'Por quê?' É porque o SENHOR é testemunha
entre você e a mulher da sua mocidade, pois você não cumpriu a sua promessa de
fidelidade, embora ela fosse a sua companheira, a mulher do seu acordo(aliança)
matrimonial. Não foi o SENHOR que os fez um só? Em corpo e em espírito eles lhe
pertencem. E por que um só? Porque ele desejava uma descendência consagrada.
Portanto, tenham cuidado: Ninguém seja infiel à mulher da sua mocidade. 'Eu
odeio o divórcio', diz o SENHOR, o Deus de Israel, 'e também odeio homem que se
cobre de violência como se cobre de roupas', diz o SENHOR dos Exércitos. Por
isso, tenham bom senso; não sejam infiéis". (Ml 2:14-16) É bom deixar
claro que, o texto não diz que Deus odeia os divorciados, isto porque em determinadas
situações a separação é como uma saída de emergência. Sem dúvida, se dependesse
só de Deus, não haveria divórcio. Quando uma separação de casal acontece,
ninguém ganha!
Por que Deus odeia o divórcio? Porque o
casamento foi planejado para ser uma união monógama (o ideal de Deus: um homem
para uma mulher e vice-versa), exclusiva (fidelidade) e permanente (não é uma
relação descartável). Ainda que muitos tentem provar o contrário, esse é o
plano original de Deus para os homens.
III. UNIÃO CARNAL - procriação e
recreação.
"... Tornando-se os dois uma só
carne..." (Gn 2:24c)
Procriação - (União Física - Biológica)
Um dos aspectos funcionais do Casamento é a perpetuação da raça
humana, isso está explicitado em Gn 1:28b: "Deus os abençoou, e lhes
disse: 'Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra'!..."
(BNVI) Há casais que fazem a opção radical de não ter filhos, essa decisão pode
no futuro ser a causa de conflitos, desajustes e infelicidade conjugal. Filhos
são herança do Senhor (Sl 127:3) e traz equilíbrio na relação de casal, tê-los
não é opcional, é uma necessidade. Quando o casal em função de um problema de
infertilidade não pode gerar filhos biológicos, eis uma grande oportunidade
para gerar a partir do coração (adoção). Casais que adotam crianças, repetem o
gesto de Deus, pois Ele só tem um filho legítimo (Jesus) os demais são todos
adotados, inclusive eu e você. (Rm 8:15)
Recreação - (União emocional) Não se
pode negar a volúpia sexual (Pv 5:19). A satisfação que o sexo fornece é o
prazer obtido de reafirmação do preito original do mútuo amor. Sem o prazer do
sexo, sem a união física, o casamento se torna platônico, estéril e ilusório. A
Bíblia é muito rica quando se trata do prazer proporcionado pelo ato conjugal.
Há um texto em Provérbios, que numa linguagem figurada, ensina como o casal
deve usufruir desta bênção planejada por Deus aos seus filhos.
"Beba das águas da sua cisterna
(fidelidade), das águas que brotam do seu próprio poço. Por que deixar que as
suas fontes transbordem pelas ruas, e os seus ribeiros pelas praças? Que elas
sejam exclusivamente suas, nunca repartidas com estranhos. Seja bendita a sua
fonte! Alegre-se com a esposa da sua juventude. Gazela amorosa, corça graciosa;
que os seios de sua esposa sempre o fartem de prazer, e sempre o embriaguem os
carinhos dela". (Pv 5:15-19 BNVI) Paulo o apóstolo, também se preocupou
com o ajustamento sexual dos casais da igreja de Corinto, pois só assim eles
estariam fortalecidos para vencer as tentações. Gosto da maneira clara como ele
coloca o assunto.
"O marido deve cumprir os seus
deveres conjugais para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher para com o
seu marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o
marido. Da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo,
mas sim a mulher. Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e
durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para
que Satanás não os tente por não terem domínio próprio". (1 Co 7:3-5 BNVI)
O que Paulo está dizendo, é que o ajustamento sexual do casal, é a melhor
maneira para se prevenir contra os pecados sexuais.
IV. INTIMIDADE - transparência.
"O homem e sua mulher viviam NUS,
e não sentiam vergonha". (Gn 2:25)
Casar é conhecer, e só há conhecimento
e intimidade quando homem e mulher se descobrem um para o outro no relaciomento
conjugal. Essa nudez na relação de casal, deve ser mais do que física, precisa
ser emocional, psicológica e espiritual. Conheço casais que dormem na mesma
cama e até se relacionam sexualmente, mas vivem como dois estranhos, não há
intimidade, não se conhecem. Quando é que o cônjuge se desnuda interiormente
para que o parceiro (a) o conheça? Quando se constrói uma relação de confiança
e de amizade dentro do casamento. Ninguém abre as gavetas da intimidade da sua
alma, para uma pessoa que não inspira confiança. A falta de liberdade e
segurança, faz os casais deixarem de crescer em intimidade. Quando o casal
procura desenvolver e aprofundar o compromisso de amizade e confiança na relação,
os dois crescem em intimidade e fortalecem o casamento.
Conclusão
Quando esses quatro princípios
independência grata, fidelidade na preservação da unidade, união sexual
ajustada e intimidade física, emocional e espiritual são levados a sério, não tem
como o casal não ser feliz contando sempre com a bênção do Senhor no
relacionamento. Termino dizendo a você que, o meu sonho é ver o maior numero possível
de famílias caminhando debaixo da graça do Senhor!
Pr. Josué Gonçalves
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